Aímmm, a Rainha anda brava!!
Ando nada, tolinhos.
Minha vida tá muito gostosa aqui desse lado da tela.

Talvez por isso esteja fácil descartar algumas formas de relacionamentos.
Coisas que não quero mais pra mim.

Estou naquela fase da metade pro fim das jabuticabas. Leia o poema no final se ainda não o conhece. É muito lindo e traz muitas reflexões.

Esperar que entendam, que se revejam, que melhorem e quem sabe um dia a gente se encontra.

Só não demore que eu já sou quase uma velhinha.
Dia desses não consigo mais levantar o chicote.

roger prometeu que quando eu ficar fragilzinha, sem força pra uma boa chibatada, vai fingir que doeu. No fim será uma moça obediente e submissa parodiando algumas de nós: fingirá orgasmo!

Mas retomando…

Melhore!
E volte.
Ou não volte nunca mais.
Saberei que está feliz.
Que se sente finalmente completo.

Porque se não isso um dia vem, viu?
Te empurra pra uma depressão.
Coisas ruins que você faz a si mesmo.

E pensa: para os jogos BDSM você precisa estar são.
Quanto mais bem resolvido você estiver especialmente quanto às suas escolhas, mais fundo você pode ir.

Não pode ter cabeça fraca, não.
Tem que saber o que quer.
Tem que lidar bem com seus desejos e fantasias.

Porque de outra forma fica um copo vazio que qualquer um pode encher com o que quiser. Não dá pra ser feliz assim também.

Não busque felicidade peneirada. Busque a coisa bruta.
Felicidade plena.

Faça escolhas.

O tempo todo.

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que
ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem
eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.

Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para
reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de
um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de
“confrontação”, onde “tiramos fatos a limpo”.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “as pessoas não
debatem conteúdos, apenas os rótulos”.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão
somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor
absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.”

O TEMPO E AS JABUTICABAS
Rubem Alves