Há um tempo em que todos os escravos voltam. Uns que pensei me haverem esquecido. Outros com quem me aborreci.
De repente chovem pedidos de perdão.
Eu gosto de perdoar. Gosto de saber que é uma prerrogativa minha como Rainha.
Mas nem sempre é possível.
Algumas coisas não se pode jamais fazer em meu Reino.
Lembra, né? Meu Reino, Minhas Regras!
E eu converso isso com todos que se aproximam. Eu tento.
Os que se importam têm mais chances de passar na primeira fase.
Se a pessoa é verdadeira e amorosa, eu tenho o maior prazer de ouvir.
E perdoo milhões de vezes.
Sempre vou querer ouvir. Sempre.
E se eu não respondo é porque a mágoa tá forte ainda.
E pronto. Paciência. Senta e espera.
Não me pressione. Não sou psicóloga, nem divindade.
Eu tenho que refletir. Eu tenho que pensar sobre se vou mesmo perdoar o que a pessoa me fez.
Não adianta perdoar da boca pra fora. Como não adianta pedir perdão da boca fora.
Eu tenho que acreditar que a pessoa entendeu o que aconteceu, entendeu o que me machucou…
Porque, acredite, é muito fácil me machucar. Eu sou a Rainha Frágil, lembra?
Pois é.
Uma coisa que eu não suporto. Imperdoável.
É a pessoa estar vivendo duas relações D/s ao mesmo tempo.
Só é possível com muita mentira.
E mentir em BDSM é burro.
Deslealdade me magoa.
Muito difícil de perdoar.
Você pode até tentar mas para mim a relação já está destruída.
Omitir?
Não tem por quê!
Eu posso ouvir qualquer coisa.
(Até me cansar.)
Eu julgo.
Então, paciência.
Obrigada pelos versos bem bonitos.
Mas agora diga Adeus e vá se embora.