Eu sempre digo BDSM & Fetiches. É tudo junto e misturado mas também podem existir isoladamente.
Fetiche por exemplo, todo mundo é um pouco fetichista.

O salto alto é um fetiche. Transforma quem usa. E encanta quem vê.
Quer dizer, eu que amo salto alto mas não uso fico sempre encantada.
Andar com elegância num saltão já me traz um monte de mensagens sobre a pessoa.
Não me seduz mas é encantador.

Outra pessoa porém pode ficar irremediavelmente apaixonada.

Ah mas a gente tem que ter o pesinho da cinderela pra ser amada?
Não. Você não vai ter que cortar os dedos pra caber no sapatinho como fizeram as irmãs da Cinderela.

Fetiches são expectativas muito pessoais.
Por isso que a melhor forma de viver uma experiência bacana com um parceiro ou parceira é você sempre ser você mesmo. Eu não uso salto. São desconfortáveis pra mim. Meus pés são muito problemáticos. Acho lindo mas não dá pra mim. Eu ando descalça o dia inteiro. Meu pé é todo enxertado. Foi reconstruído. Contei aqui sobre meus pés e um acidente quase fatal que sofri.

Mesmo assim, há uma graça nos meus pés descalços. Tem uns caras que ficam loucos.
Fetiche é livre. É pessoal. É vestir alguma coisa ou alguém com simbolos da sua própria história.

Um escravo me contou que meus pés lhe traziam os pés da avó.
Frágeis e machucados. E a avó era a pessoa de autoridade na sua infância.
E andava descalça o dia todo no sertão.

Fetiche é revisitar histórias ou criar novas. Mas sempre pessoal.

A gente veste um objeto ou uma pessoa com retalhos da nossa história. Para experimentar alguma coisa sensação novamente. Ou para um nova história como quando entro em um site de roupas e acessórios fetichistas e passo a imaginar, “fetichizar” eu me vestindo ou vestindo meu companheiro que eu possa apenas ficar observando por horas.

Tanto o fetiche por saltos como por pés descalços tem símbolos, mandam sinais, coisas que mexem com a sexualidade de uma pessoa. E pés em chinelos, pés enxertados, pés em pantufas.

Porém, nem só de fetiches vive uma Domme. Eu sou MAIS praticante de BDSM do que fetichista. Porém, me agrada “fetichizar” o submisso. Usar adereços como coleira e cinto de castidade. Ou vestir-lhe como a tradicional empregadinha francesa. Mas também no dia a dia ele me seduz com sua obediência. Eu vejo a coleira imaginária que ele carrega. Pra sempre cativo: me adora! Não é um acessório, é uma metáfora: vive aos meus pés!!