Acho que uma coisa que a gente precisa fazer pelos relacionamentos de qualquer natureza é não o colocar à prova em cada problema que surge no caminho.

Uma vez uma Domme comentou que a melhor forma de castigar um escravo é terminar a relação com ele. Dizia ela que dessa forma ele voltava mais submisso.

Não sei se essa Domme conseguiu construir um relacionamento bacana, não sei mesmo que fim levou e nem lembro seu nome, mas vira e mexe me volta essa lembrança.

Ainda mais foi num momento em que na vida baunilha eu lidava em uma relação abusiva com um sujeito que terminava a relação 10 vezes por semana.

Vim a saber anos mais tarde que isso era um dos aspectos das relações abusivas.
E era. Porque eu dependia financeiramente daquela pessoa. Havíamos chegado em Fortaleza e não conhecíamos ninguém. Embora nosso dinheiro fosse fruto também do meu trabalho era ele quem controlava sempre. Acho que tem essa história em algum post mais antigo…

Enfim, isso serve tanto para as relações baunilha como para as relações BDSM,
E acho que esse jogo de termina-volta é como aquela brincadeira de pular o elástico.

Na minhapular-elastico-brincadeira adolescência foi febre! Todo mundo tinha o seu elástico. Mas com o tempo, sempre laceavam. No estica e volta eles sempre laceavam até perderem totalmente a força e então precisávamos de um novo.
O termina-volta também pode se chamar relação elástico.  Vai, volta. Vai , volta mais lento. E vai demorando cada vez mais pra voltar até não voltar mais.

Em BDSM acho ainda mais foda. Porque você tá fervendo pela próxima sessão, tendo mil ideias e do nada vem lá o sujeito e no meio de uma discussão nada ver manda: “hã, acho melhor a gente dar um tempo!”

Que saco!!

Pra não dizer que eu nunca fiz um termina-volta com o roger, aconteceu uma vez muitos anos atrás. Terminamos e voltamos acho que por umas 6 ou 7 horas. E o motivo, ai que vergonha… Tão infantil.

Fomos numa festa aonde eu bebi todas e lá pelas tantas impliquei que minha relação com roger estava muito morna. Queria emoção, guerra. Talvez eu tivesse me acostumado àquela tal relação abusiva, né?  Então quebrei tudo. Na volta da festa deixei ele em casa e disse adeus ipo umas 4 da manhã. Cheguei em casa, me atirei na cama e desmaiei até umas 10 ou 11 hs.

Quando abri os olhos e lembrei que ele não estava comigo já me senti mal. Depois olhar em volta, o quarto parecia cenário de guerra porque eu tinha me vestido ali, trocado mil roupas, meias de nylon, sapatos. E eu lembrei que ele não estaria mais lá pra eu mandar arrumar tudo enquanto lhe dava umas palmadas.

Bastou essa saudade pra eu chamar ele de volta correndo.
E nunca mais.

Nem eu nem ele.

Ao contrário, sempre lhe disse que ficaremos juntos sempre até para que ele não tivesse medo dos meus vôos. Que sempre voltaria pra ele.

Poque é muito brochante, temos sempre ideias malucas e pervertidas e algumas vezes passamos muito tempo elaborando, dai tudo pronto, chega no dia… Lá o cara outra vez “mi, acho melhor dar um tempo”.

TNC né?

Não acho que seja bom negócio investir em pessoas que usam direto desse subterfúgio.

Você cobra alguma coisa do escravo ou conversa com ele sobre uma próxima etapa da relação, lhe oferece talvez um novo desafio e ao invés da pessoa argumentar, confiar que estamos junto e vamos seguir na jornada , ela manda: “ã, acho melhor dar um tempo”m ou seja, agora estamos discutindo se ficaremos juntos ou não. Nada a ver com tema inicial.

Eu tenho escravos com quem faço sessões virtuais ou reais há mais de 15 anos. E nunca rompemos nenhuma vez.

E eu prezo demais essas relações. Porque são relacionamentos maduros, livres de joguinhos tolos.

Por fim essa é uma das coisas que realmente me distanciam de um candidato. São relações frágeis que você nunca sabe se amanhã a pessoa vai estar junto ou não, porque as rupturas surgem rigorosamente do “do nada”. 

E mais chato ainda é porque quem fala isso, geralmente está apenas sendo leviano. Não quer mesmo isso. E daí volta, implorando, jurando arrependimento. Talvez haja algum prazer nisso mas acredite: É UMA MERDA para a relação!

Primeira vez ok, Segunda vez ok. Mas virou costume, melhor virar a página.

E Dommes  eu sei que também fazem muito isso.

Não faça. Porque você estará forçando muitas vezes o escravo a aceitar algo que ele não queira pelo medo de perdê-la. Isso não é saudável nem consensual.

Se um dia falar em separação que seja o momento mesmo de separar.

E talvez se cada um for responsável pela continuidade da relação, dispondo-se ambos a sempre conversar sobre os problemas que vão surgindo, pode ser que essa relação nunca se acabe de verdade.

Como as que eu tenho por ai, tão bonitas.

Se você está metida(o) numa relação assim, tire alguns minutos e escute essa música do Roberto Carlos que fala exatamente sobre esse  ir e vir  até o outro dizer:

“Do fundo do meu coração, não volte nunca mais pra mim”

Mete o pé!!