Bem, quando conheci Roger eu ainda vivia com um ex-marido. Já estávamos há muito tempo em processo de divórcio mas vivíamos sob o mesmo teto.  Meu filho tinha uns 15 ou 16 anos.

Eu tinha que lidar com a separação tanto do ponto de vista emocional como profissional, pois éramos sócios, eu me recuperava de um acidente, meu filho detestava o padrasto. O BDSM foi uma distração para mim no começo.

Porque a barra aqui fora estava bem pesada. No começo era só uma personagem que andava pelos chats. Levou um tempo até que personagem e vida real se misturassem.

E Roger??  Roger precisava passar no vestibular!

Imagine, tinha 19 anos e eu trinta e poucos. No dia a dia a idade nunca foi um problema pra nós, mas eu tinha muto receio de prejudicá-lo de alguma maneira.

Ele sempre teve grande resistência no spanking, e suportava muito bem todas as humilhações.  Eu tinha sempre uma preocupação de que ele estivesse fazendo realmente o que quisesse, com prazer. Eu pedi que fizesse terapia.

Mas acontece que Roger sempre  foi determinado. Eu quis várias vezes baní-lo da minha vida mas era uma amizade, um respeito.  E o prazer que foi nascendo junto. Das aventuras eróticas, de tudo que íamos descobrindo juntos.

Apesar da grande diferença de idade, eu era muito mais crua que o Roger. Eu estava descobrindo tudo aquilo naquele momento. Ele já andava por lá há tempos.

Então ia ele me moldando e eu moldando ele. Até nos tornarmos par-perfeito como somos.  Essa fase do amor é um “misturar-se” mesmo. Acho que é por isso que as pessoa fazem tanto sexo nesse período. Porque é gostoso se misturar no outro.

São as ideias se entrelaçando, os corpos suando. Foi dando certo nós dois.

Mas eu ia falar das sessões. Bem, vocês podem imaginar quantos orgasmos, risadas…
E cagadas.

Uma vez eu deixei Roger preso no quarto, vestido de menina e saí apressada porque meu filho ligou pedindo pra ir buscá-lo. Era um lugar perto mas o carro deu prego e aí… Nossa, meu desespero!! Pense. Meu ex, a essa altura já não morava em casa mas era desrespeitoso a ponto de esconder uma chave para si.

O medo que ele forçasse a porta do quarto pensando me encontrar… Nossa, era  horrível e capaz disso. Mas vou contar depois como foi que a Rainha se misturou com a pessoa frágil que se debatia para se salvar de um relacionamento abusivo. Como  nasceu a Rainha Frágil

Sei que cheguei umas 3 horas depois do que havia planejado. Ele estava bem. Só muito atrasado para ir embora. Ele era novo e os pais controlavam os horários…

De outra vez fomos a um motel e escolhemos uma tal de “Suite Fetiches”. Não tinha nada além de um véu de tule sobre a cama, uma calcinha preta (brinde do motel) e uma venda. (Isso ai é mais ou menos o ano de 1999!)

E lá estava eu disposta a brincar com velas. Ele estava algemado na cama. E eu fiquei em pé em cima dele. Levantei a vela e só então me dei conta da porra do tule que cobria a cama, como naquelas camas antigas.

Quase botei fogo na suite e na gente.

Sempre foi “quase”, rs. Também porque roger logo soltava uns berros.

Uma vez fomos visitar a Rainha Helga em um Resort muito chic no Beach Park.
Eu não tinha uma mala elegante para carregar as coisas e nem percebemos que a entrada deveria ser discreta. Aparecemos com uma mala imensa de viagem, cheia de brinquedos, roupinhas…

Extremamente constrangedor mesmo assim Helga e Zepierre foram super delicados…
E foi nesse dia que eu entendi que não era bonito o Roger berrar, rs. Passou a ter palavra de segurança!

E o motel que custava 5 reais a hora?? Tinha um balde pra dar descarga.
A gente duro. Fazer o quê? rs

E muito prazer e muita dor.

Roger todo errado na primeira vez que eu chorei, muito frágil mesmo.
Roger chorando pra aprender a fazer oral do jeito que eu queria.
Roger acumulando infinitamente roupinhas, sainhas, calcinhas, meias…

Falar a verdade, nem vi quando ele cresceu. Ficou “meu homem”, meu amparo.
O companheiro, o consolador, alma gêmea pra vida toda.

“Nunca conheci quem tivesse levado porrada…”
Fernando Pessoa

Eis aí. : )