Revisei o texto e escolhi retirar o nome da Rainha em questão. Desde que o recado foi dado não há porque ficar aqui carimbado. Quem ainda não entendeu, levanta a mão!
Dias atrás postei um texto que vi no facebook da RainhaTal. Muito bom mesmo. Sobre os conflitos entre iniciantes e pessoas que estão por aí há muitos anos na estrada, na qual, obviamente, me incluo. O texto foi de tal forma assertivo que imediatamente pedi a ela autorização para publicar em meu blog. Tão bom que era urgente compartilhar. E a RainhaTal autorizou.
Abri até uma nova categoria que chamei de Outras Vozes para postar textos interessantes de outras pessoas.
Por fim, publiquei o texto dando autoria a RainhaTal desde que em nenhum momento ela me alertou para a possibilidade de não ser a autora.
Porém , tão logo o texto foi publicado surgiram pessoas reclamando autoria e eu voltei a RainhaTal para confirmar e ela disse que o texto era de um conhecido mas que falaria com ele sobre a questão da autoria.
Eu ganho textos de amigos, escravos que dizem para mim: faça como quiser, publique onde quiser e como quiser. Recentemente um texto do Edgeh, ele até riu quando pedi permissão. São presentes mesmo que fazem questão de me dar. Também com o tempo fui me tornando herdeira de textos de pessoas que partiram há algum tempo e realmente me deixaram seu legado, como o Dumuz. Eles nem se importariam se eu me colocasse como autora, mas não faço isso de forma alguma porque autoria pra mim é uma coisa muito séria.
Quando a gente vê um texto pronto parece que juntar todas aquelas letrinhas foi bem fácil realmente. Mas não é. Eu quando escrevo penso em quem vai ler, se vai me compreender. Busco palavras de fácil entendimento, escrevo para um público que me conhece e que eu conheço muito bem também.
Então cada texto é elaborado com cuidado e zelo. E fico feliz demais quando eles são compartilhados por aí. Eu penso: “poxa, então as pessoas estão entendendo e concordam comigo, que legal!”
Mas, por outro lado, fico triste quando vejo textos meus circulando por aí sem o devido crédito. Inúmeras vezes fui vítima disso encontrando textos meus inclusive em blogs e sites de Dominadoras. A sensação é de roubo mesmo. De ter sido atropelada.
E me calei muitas vezes porque achei mesquinho reclamar e sempre esperei que as coisas se assentassem, que o tempo mostrasse que aquela pessoa que copiou não conseguiria continuar porque não teria repertório. O que escrevo são minhas observações, meus sentires e ai a pessoa teria que estar dentro de mim para criar algo novo ou seguir copiando o que, em algum momento, chamaria a atenção até do mais distraido dos leitores.
Mas voltemos lá ao texto que comentei no inicio e que supostamente seria de RainhaTal. Voltei a insistir na questão da autoria e ela me disse finalmente que o texto partiu de uma conversa entre ela e um tal “ragazzo baiano” e que como o português dela era ruim ele teria feito a tradução e resumo para publicar. Logo o texto era dela sim.
Shalla, dizendo-se co-autora do texto continuou pressionando. E eu fiquei bastante confusa. Expliquei para Shalla que ela, a RainhaTal, estava sendo bastante afirmativa e que eu não tinha como discordar da informação que ela havia me passado. Shalla então me colocou em contato com o verdadeiro autor do texto: Dom Leopardo. E, sim, ele é o autor.
Conversamos bastante. E de fato foi um texto bastante elaborado porque pretendeu (e conseguiu) capturar o momento atual do universo BDSM, com todas as suas incoerências e espantos.
Ou seja, RainhaTal plageou o texto quando se colocou como sendo sua autora ou co-autora como depois afirmou. Porque houve de fato participação da Shalla, aconselhando, e ajudando a tornar o texto mais palatável. Então nem como co-autora Lúccia poderia se posicionar
Vamos à definição de plágio: jur apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzido por outrem.
Então, se você transcrever um texto em qualquer rede, mesmo particularmente no whats ou msn, e não avisar que ele não é de sua autoria, mesmo sem querer, você estará fazendo plágio porque seu interlocutor, ou interlocutores, acreditarão que sem qualquer nota sobre autoria ele é seu.
Ironicamente o próprio texto vai na contramão dessa postura. Veja “Incitados por essas literaturas que estão sendo produzidas com o intuito de acúmulo de lucros e que passam uma perspectiva um tanto quanto distorcida da realidade do BDSM real. São pessoas que se recusam a buscar informações mais próximas do que seja essa realidade paralela e se aprofundar na literatura mais, digamos, específica sobre o BDSM. ”
Indica que é mais legal você buscar informações de pessoas próximas que estão aí, vivendo este mundo. Teria sido, então, de extrema elegância se Luccia tivesse comentado que o autor do texto inclusive tem um blog, que está aberto a ajudar quem chega, e que, fui ver depois, é um bom cara!! Seria uma introdução perfeita para o texto em questão.
Mas enfim, não foi o que aconteceu e acabou desse jeito. Luccia apagou o post no Facebook e eu mudei a autoria aqui no blog. Mas fica ai esse toque.
Copiar não é arte
Mencionar a fonte faz parte
O texto já com a devida autoria você pode ler aqui , e tem ali também o endereço do blog de Dom Leopardo, que como disse, é um bom cara! Mesmo.
À Rainha Frágil (Beth)
Boa noite, com a sua licença e o respeito indispensável, querida Rainha. Que seu dia tenha transcorrido positivamente, que seja noite recompensa das energias acolhedoras.
Maravilhado pelo texto que produziu hospedado em seu blog. Muito bom, com uma explanação equilibrada e envolvente, mas, para além da grandiosidade da forma, embeleza o conteúdo esclarecedor, onde a Ética é colocada e revelada com gentileza e a denúncia feita em citações sem pieguice. Parabéns.
Hoje tive um daqueles dias, um trabalho para além da conta, e tendo que correr para dar conta, demandas retiradas. Portanto, quase não deu para acompanhar os desdobramentos da Nota de Esclarecimento, apesar de algumas pessoas próximas mandarem mensagens, querendo maiores explicações.
Mas, foi Shalla na sua determinação e espírito crítico contagiante que mais me auxiliou, fazendo algumas informações chegassem q destinatários variados e quem muito ajudou a seguir em frente na publicação da Nota. É inegavelmente uma mulher nordestina guerreira, que para provar uma verdade não deixa “pedra sobre pedra”.
Fico agradecido por você e ela terem colocado a verdade como pressuposto da ética, e não a amizade como justificativa de corromper a ética e a verdade. Posto isso, apesar de ver pessoas ligada a Luccia concedê-la o salvoconduto, apesar do absurdo de sua prática, certamente, isso não a livra do vexame, principalmente, motivada pelo preconceito cego. Afinal, o tempo todo ela se negou a pronunciar meu nome.
Mesmo que ainda a socorram, está maculada. Ainda que tendam falar mal de mim e bem dela, cumprimos o dever cívico em prol da cidadania. No mais você e Shalla são joias que contagiam. Grato
Leopardo Dom
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Eu não pretendi magoar a Luccia e não pretendi vingar-me simplesmente. Eu quis falar sobre algo que realmente me incomoda. E o fato de que ela pareceu de fato não compreender porque estaríamos todos tão feridos, tornou ainda mais necessário expor tudo isso e iniciar realmente uma campanha contra o plágio.
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