É muito difícil lidar com as perdas. Para falar a verdade é a primeira vez que preciso realmente lidar com isso, com algo/alguém tão perto de mim. Perdi meu pai há muitos anos mas nunca criei um vínculo muito forte com ele. Era uma pessoa ausente.

E daí, primeira vez, justo uma cachorrinha…  Eu sei que não é normal, mas também foda-se que não seja, o que sei é que dói muito ainda. Sinto falta dela. Demais.

Em meio a dor do luto, também vou me desfazendo de outras coisas. Coisas/pessoas que de repente você descobre que não se importam tanto com você. Um luto só, para tirar tudo de uma vez.

À medida que envelheço me torno mais exigente em relação a todos que me cercam. Tenho grande dificuldade para me entregar, para fazer amigos. Então antes eu os preservava mais. Mas com o tempo você vai vendo que se era amizade não há necessidade de preservar. A pessoa está apenas presente em sua vida. E você sabe que ela estará lá sempre. É assim com os amantes e com os amigos. Quando um dos dois não se preocupa mais, não sente mais saudade, não morre de tesão, ai já não há o que preservar.

Esses não partem, não morrem… Se quer poderiam ser chamados de “perdas”. Apenas vão deixando de existir pra gente. O que é muito bom.

Mas a Mary, a Mary sempre esteve presente. Mary é como o Roger, não importa o que aconteça, estarão sempre ao meu lado. Roger é um pouco como a Mary. Sempre presente. Sempre. Em todos os dias da minha vida. Nunca precisei discutir a relação. Nunca terminamos. Seguimos sempre cuidando amorosamente um do outro.

Agora ele tenta tirar essa dor do meu coração, como se não estivesse doendo nele também. Meu herói. Meu Homem.

Amor pra sempre.

E nossa, como é gostoso dizer isso. : )