Já devo ter escrito sobre isso muitas vezes. Mas vá lá…

De novo vou repetir que não estou ditando regras. São as minhas regras, para o MEU REINO.
Quem me acompanha no blog ou mesmo em minhas publicações já sabe, a esta altura, já sabe que me defino como Rainha Dominadora e Sádica. Tudo junto e misturado mas em essência sou Rainha mesmo. (aqui minhas anotações sobre como defino esses conceitos). Basta ver o post anterior a esse que escrevi alguns minutos atrás, rs.  A rainha louca, que morde e assopra, ri e chora. Está lá. É muito latente.

E para que a Rainha ocupe todo o espaço que precisa é necessário compreender estes conceitos. É sua Rainha que eu quero ser.

A característica mais referenciada para a relação D/s é a sua continuidade. Porém uma sessão , mesmo que tenha começo , meio e fim , pode durar dias, até meses.  Sim, sim, é possível! Posso por exemplo ter uma sessão com meu escravo e proibi-lo  de gozar mesmo na hora de ir embora. E posso segurar seu gozo por dias controlando pelo telefone, por exemplo. Então o tempo de duração não serve como referência. O que serve como referência é se esse escravo, mesmo não podendo gozar, estará de fato disponível, ou seja, ao meu alcance.

Há uma relação D/s quando eu tenho controle real sobre o escravo. Quando dentro dele fica cravado que tem uma DONA. Quando ele é fiel. E aí, de novo o conceito de fidelidade que é bem mais simples do que as pessoas querem supor. Fidelidade é lembrar. Lembrar a todo o momento. Dizemos que somos fiéis a uma marca, não é? É a marca que lembramos quando vamos ao supermercado, por exemplo. A mim não ocorre nunca comprar outra sabão em pó que não seja o OMO. Sei lá em que momento essa marca me conquistou, mas é a única que eu acho que lava de verdade a roupa. Então eu só me lembro dela. Nem me pergunte se existem outras marcas porque eu não vou lembrar.

Há uma poesia do Fernando Pessoa, na pessoa de Alberto Caeiro,  que fala desse conceito de fidelidade/amor de uma forma linda.

O Amor é uma Companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Ah mas o escravo precisa sempre amar a Dona? Depende de qual é o seu conceito de amor. Para mim, sendo fiel já está amando. Não sendo fiel, não ama. E o amor para mim é uma coisa boa e extremamente leve. Já falei milhões de vezes que em mim transborda. Tenho para dar e até para vender (Coloco sempre umas pitadinhas mesmo nas sessões pagas). Mas se pra você o conceito de amor é muito maior, então, não. Não preciso que me ame. Basta ser fiel.

Não pode por exemplo sumir 3 ou 4 dias sem dar nenhuma satisfação. Não é assim: “Gozei, fui!!” como em uma sessão em que não criamos vínculo algum.

Ele precisa lembrar a todo momento que tem uma Dona e não tem como relativizar isso. Ou é. Ou não é. Ou lembra. Ou não lembra. Precisa dizer todo dia: “Bom dia, minha Dona! Estou aqui com você.”

Eu quero sempre visualizar onde ele está, com quem está, o que está fazendo. Roger até hoje não marca um happy hour com os amigos sem pedir permissão. E óbvio que eu sempre permito porque trata-se de sua vida profissional. Importante que ele socialize. Mas eu sei com quem ele está, onde ele está, sei até o que bebeu, o que conversou. E ele é tão fiel que diz a todo momento: “Ah, que pena que você não estava lá!”

Eu também sou fiel a ele. Quando cozinho, adoro cozinhar para ele, eu vou pensando, mesmo que ele esteja quietinho, na internet, lá longe, eu cuido de fazer o que ele gosta. Mais doce, menos sal. Aprendi muitas coisas sobre ele. E ele está comigo naquele momento. Ele está comigo o tempo todo porque somos fieis um ao outro.

Mesmo sozinha, se vou ao supermercado, lembro do que ele gosta. Penso no cardápio. É assim ser fiel. O tempo todo em comunhão. Mesmo quando a gente tá longe um do outro.

Essa comunhão é importante nas relações D/s. Claro que para merecer a fidelidade da Dona é preciso conquistá-la. E vale muito a pena porque se me ocorre uma nova fantasia, uma nova prática, eu posso lembrar… “Hummm, isso com fulano seria incrível!”  E guardar aquela experiência para ele. Vale muito a pena.

Mas,  da parte do escravo precisa ser um pressuposto. Precisa. Não tem como ser de outra forma. Ou está disposto a ser fiel ou não está. Ou lembra ou não lembra.  E aí, é sempre mais honesto dizer que quer apenas uma sessão. Não quer dizer que é ruim. Mas é preciso pontuar para que ninguém se machuque no final.

Mesmo assim é possível que durante a sessão estejamos ambos sendo fieis àquele momento. A diferença é que depois da sessão não existirá mais nada entre nós. E podemos depois ter outras sessões. E pode ficar o escravo para sempre fiel a elas.

Eu gosto das sessões também. mas mesmo elas, precisam me nutrir de alguma forma. Se você não tem nada para dar. Sei lá, melhor pagar.