Escrevi para o blog do Danilo. Ele pediu pra contar uma experiência real com um escravo. Algo que tenha me marcado, especialmente. Não sei se é isso que ele quer, mas vou postando aqui…

O que vou contar aconteceu há muito tempo:

Eu e ideiafix ja tinhamos uma relação mais ou menos estável mas ele continuava se esquivando de um compromisso mais sério. Acho que já queria mas sentia medo, sei lá.

Um dia minha mãe foi internada às pressas num quase enfarto e eu me vi completamente sozinha. Foram quatro ou cinco dias de sofrimento, dormindo no hospital e sentindo uma baita solidão quando voltava pra casa. Meu filho não morava comigo e eu, definitivamente, só tinha a companhia da minha cadela, a Magali. Os cães têm um sexto sentido. Com certeza, se movem pelo afeto e pela lealdade. Eles sabem quando vc tá triste. Então, quando eu chegava em casa, ela ficava pertinho de mim. Se aconchegava. Colocava o focinho no meu colo e ficava quietinha me olhando.

Pois bem. Quando roger apareceu finalmente, eu estava muito magoada. E precisava castigá-lo, que é a única maneira legitima de conceder perdão a um escravo. Obriguei-o a ficar totalmente nu, de quatro, o imobilizei e passei um produto lambível nele. Ficaria a mercê da Magali. Pois ela merecia isso. Era superior a ele.

E Magali era imensa, na rua a chamavam de Bethoven, nunca descobri a raça dela, mas era linda e muito grande. E ele não sabia, mas ela era um absurdo de mansa.

Eu estava muito brava e ele sentiu muito medo. Ela o farejava, circulava, acho que não entendeu direito o que era aquilo. Eu dizia pra ele: “Ela vai fazer o que quiser com você porque ela é a minha verdadeira amiga. Ea merece. Ela esteve ao meu lado quando eu mais precisei.”

Ela se aproximava, saia, voltada. Logo perdeu o interesse mas foi uma grande lição para o ideiafix.

Naquele tempo, ele se apressou a resolver tudo e nunca mais me deixou sentir sua falta. E enquanto a Magali esteve presente em nossa vida tratou-a sempre como “Dona Magali”, reconhecendo sempre sua superioridade.

Esse foi sem dúvida o castigo mais significativo que já dei a um escravo. Na verdade foi um jogo leve na prática em si, mas muito forte psicologicamente.

Agora ele se faz presente como um cão. Leal, sempre ao meu lado. Meu melhor amigo.