Primeira coisa que eu diria para um submisso se eu fosse honesta: não confie nas juras que eu faça.
Adoro dizer que vou te proteger e que nunca te abandonarei.
Mentira.
Claro que é mentira. Ah, vá! Não consigo nem proteger a mim mesma…
E te abandonar… Quem sabe?
Letra J – As Juras
É preciso viver um dia depois do outro.
Felicidade não tem que ser um projeto futuro.
É pra hoje. É pra ontem.
A gente já vai sendo feliz hoje mesmo e a coisas vão acontecendo.
Pode ser que eu me distraia com outra pessoa. Pode ser.
Ninguém pode prometer isso. Porque muitas vezes não nos pertence ir ou ficar. A vida leva a gente pra outros caminhos. A vida é assim: as pessoas se encontram e passam. E quem sabe se não é você quem vai me abandonar?
Essas juras são coisas do momento. Tem gente que gosta de falar palavrão quando tá gozando… Eu faço juras!
Não. Acho que não faço mais. Na verdade, eu e roger nunca nos juramos nada e já estamos ai com mais de 20 anos de relacionamento. Acho que foi a convivência com ele que me fez ver que é isso mesmo que importa. É hoje. Chorar no cinema, andar de mãos dadas, dar umas boas gargalhadas juntos.
Vamos saber quando isso não for mais tão gostoso. Mas ainda hoje é muito bom.
Foi acontecendo nós dois. Um dia depois do outro.
Não é com juras que se constrói um relacionamento bacana. É com atitude. É no dia a dia.
Eu e roger fazíamos sessões eventuais. Depois das sessões conversávamos bastante. Mas não nos falávamos mais até ele aparecer no meu trabalho novamente.
Conversávamos sobre a sessão e fomos partindo por outros assuntos , muitos!. Falávamos sobre cinema, que nós dois sempre amamos. Apesar de ser mais velha que ele 20 anos, gostávamos das mesmas coisas. Então fomos assistir reprise do Blade Runner, levei ele num show do Sivuca e falei do Hermeto. Ele me falou de tecnologia, dos espaços descolados em Fortaleza.
Foi nascendo uma amizade. E as cenas seguiam. Lembro o primeiro beijo. Depois outro quando meu filho nos convidou para uma Rave. Apertei ele contra a parede. Feito macho mesmo. E beijei a boca dele.
Mas ainda assim era tudo brincadeira. Era uma baita amizade e as sessões. As coisas foram se misturando muito lentamente. Um dia eu me toquei que o Roger tava muito apaixonado. Então fui muito verdadeira quando lhe disse pra não ter medo. Que eu estaria aqui. Ele estava assustado e eu senti que precisava cuidar. Porque ele era novinho. Não queria que saísse machucado da minha vida. Queria que levasse coisas boas.
Um dia precisei chorar num ombro amigo. No outro ele quis me apresentar pra mãe dele.
Foi indo assim…
Tratei de amar o amor dele. E foi assim. E é assim ainda hoje.
Nunca fizemos juras. Ele nunca prometeu me amar pra sempre.
Nem eu a ele. Mas era bom estar junto então valia a pena ceder vez ou outra, valeram a pena aquelas longas conversas.
Amor é construção. É dia a dia.
Amor é vida real.
Paixão é sonho.
O que se diz na cama, fica na cama.
Quer amar? Ok. Mas ame sozinho, sozinha.
Não cobre reciprocidade. Se houver, virá a seu tempo.

Eu toda linda vendendo ilusão…