Me pediram para falar mais sobre relacionamentos tóxicos no BDSM.
Lembrem que não sou psicóloga.

Aquilo sobre narcisistas eu estava realmente convivendo com alguém com aquelas características e comecei a pesquisar porque achei que ali tinha alguma coisa muito errada.

Então eu falo realmente do que vivo, do que me cerca, dos meus relacionamentos.

Vou contar hoje sobre um relacionamento que tive com uma pessoa que uma amiga definiu simplesmente como “volúvel”.

Dicionário: Que revira-se, que roda de maneira fácil: círculo volúvel.Que desloca, que troca ou muda de lugar com facilidade: dunas volúveis.[Figurado] Inconstante, que muda de ideias, instável, variável: sujeito volúvel.

Isso não deve ser um transtorno como o caso do narcisista. Creio que seja um traço de personalidade que é perigoso para quem está em volta. Porque embora a pessoa mesmo reconheça que é volúvel, ela se comporta como se sempre fosse haver continuidade.

Tempos atrás tive um relacionamento então com essa pessoa. E era muito bom. As sessões eram muito boas. Mas aqui e acolá a pessoa rompia com tudo. E o fazia de forma extremamente fria: “ah, não quero mais!”

E pronto. Ficava eu no ar, congelada, sem entender nada.

Mas a pessoa reaparecia. E fazia de novo. E sempre a nossa vaidade, né?
“Se arrependeu, me adora, me ama.. ” e mais um monte de justificativas que a gente arranja para se envolver de novo.

Fez isso algumas vezes até eu realmente decidir que não queria um relacionamento naquele formato.

Joguei lá na enorme lista de perdas afetivas, passei pelo luto, e escapei com vida, alguns arranhões, mas viva.

Entendi na época sobre aquela pessoa que não me curtia como eu gostaria.
Isso acontece na vida da gente. São perdas que você tem que ter maturidade para lidar.

Faz parte do jogo da vida. E se você é como eu, que se rende facinho às paixões, é aprender que nem sempre a gente ganha, que muitas vezes o outro não tem as mesmas prioridades e expectativas que você.

Compreendendo as coisas dessa forma, fui embora mas não levei raiva nem rancor da pessoa.

Ao contrário, seguimos conversando eventualmente pelo zap, trocando “bom dia” , “boa tarde” e mesmo morando próximos evitei pra sempre qualquer contato pessoal.

A pessoa tentava sempre de alguma forma seduzir mas eu recusava porque acredito que tentava me manter ligada para eventualmente fazer o mesmo jogo do seduz e vai embora.

Eu geralmente batalho muito pra uma relação dar certo, mas vou até um ponto. Quando decido que não é mais possível então pronto, não passa mais nada.

Acho que por mais de 3 anos, guardei distância segura da pessoa e recentemente ela reapareceu trazida por uma amiga em comum. Estavam tendo um relacionamento e não vi problema algum em recebê-lo como amigo.

De fato ele pareceu ter entendido, embora sempre sedutor, que eu não estava mais jogando e que nunca mais teríamos qualquer intimidade.

Assim, não vi problema em investir numa amizade tranquila, afinal, ele nunca tinha batido a porta no meu nariz. Chegamos até a fazer uma pequena parceria comercial.

Tudo certo. Tudo bem.

Ebaaa, eu tinha um novo amigo!

E tínhamos aquela história bacana do passado o que para mim o tornava ainda mais especial porque superamos e estávamos construindo uma coisa nova.

E ele não tinha mais como me ferir…
Pensei que não!!

Porém…

Um dia, sem mais nem porquê, soube que ele não queria mais contato.
Assim mesmo!

Igualzinho fazia quando o relacionamento era mais sensual.
Do dia pra noite, descartava o que a gente tinha.
E soube então que amigos também são descartáveis para ele.

E nesse brevíssimo convívio que tive como amiga vi ele descartar mais 2, 3 relacionamentos sensuais.

Não sei o que é isso. Como disse, não sei se isso é algum transtorno. Com a palavra “volúvel” não encontrei nada mas acho que é a palavra que o define.

De toda forma, é uma pessoa pra se manter longe. Não serve nem como amante, nem como amigo.

Porque é alguém que trai facinho. Trair aqui no sentido de não cuidar, não zelar pelos relacionamentos. Não é leal. E lealdade é essencial em qualquer relacionamento seja ele social, afetivo, familiar.

Se a pessoa não tem esse valor dentro dela, você não vai mudar isso numa relação seja ela de qual natureza for.

E pronto: quase 60 anos e ele conseguiu me ferir outra vez.
Que merda.

Mas a gente aprende. E o que aprendo passo pra vocês.

Não sei se é um transtorno mas de toda forma, com certeza, é uma pessoa tóxica.

Fica de olho. Começar a fazer dessa, te descartar do nada, sai fora.
Não dê todas as chances que eu dei. Porque se não prestou de um jeito, não vai prestar em nenhum formato.

Falta-lhe a ética da lealdade, do comprometimento.

Até os amigos a pessoa descarta!!

p.s. Quando mostrei esse texto para um amigo psicólogo ele disse para eu pesquisar ‘Transtorno Borderline”. Dei uma olhada por alto… Talvez! Instabilidade nos relacionamentos, impulsividade, personalidade fluída.

Mas ó.. Preguiça, viu?

Ficamos por aqui mesmo.