“Quero pedir desculpas por nunca ter tido a coragem de me encontrar com a Sra.

 

Incrível, foi a Sra que me apresentou o mundo do Bdsm e até hoje, de tempos em tempos, meus desejos e fantasias SEMPRE retornam.
como uma onda devastadora
E ainda assim, nunca tive a coragem e sensatez de encontrá-la
Sei que sou covarde, e acabo sendo chato por ser covarde…
…mas é um desabafo que precisava fazer”

“eu sei
Mas peço desculpas sinceras
E é um desabafo sincero
São 20 anos, de quando esperava a Rainha Samia estar presente na sala do Mirc”

Mensagem que o P me enviou pelo Facebook, e que quando L leu o post (recebe antecipadamente porque é um colaborador) disse logo:  “Nossa, parece eu!!” 

 

Rs. Sim, sim. São muitos iguais a P.  Anos velando meu blog, acompanhando meus escritos. Muitos anos mesmo. Imagine, desde o #pain_and_pleasure… !! Sem nunca ter coragem. Alguns demoraram anos para me dar um boa tarde, rs

Mas por que isso acontece e por que esse desejo não passa mesmo que essas pessoas o neguem sistematicamente?

Imagina P, desde sempre me seguindo. E 20 anos se passaram.  Eu ainda usava o nick Samia. Muitos anos mesmo.  E ele ainda não tem coragem de vir me ver. E mora perto.

E isso o incomoda. Não consegue esquecer.  Será que BDSM é como Homossexualidade?  Uma ORIENTAÇÃO sexual? Ou apenas PARAFILIA mesmo?

Temos escolha? Os gays já se sabe  não têm opção de viver de outro jeito. É o mesmo que um hetero. Se você nasce hetero nunca sua libido nunca vai despertar para alguém do mesmo sexo. Mesma coisa o homo.  Ser ou não hetero, ser ou não ser homo, é condição. É  ORIENTAÇÃO SEXUAL.

Eu não sei se temos opção.  Desde que descobri que o que eu curto é BDSM , nunca mais questionei minha vida sexual. E eu questionava muito. Havia alguma coisa diferente na minha forma de expressão sexual.

Poderia não ter feito essa escolha? Não sei. Eu sei que quando eu encontrei BDSM foi muito incrível na minha vida. Quando eu soube que haviam pessoas que escolhiam ser submissas!! Nossa, o que era aquilo??!!

Nunca mais quis me relacionar de outra forma.

Lembro muito essa frase que eu não tenho certeza de quem é: “A mente que se abre para uma nova ideia, nunca mais volta ao tamanho inicial”

Eu tinha essa inquietação. Eu já disse. Pra mim sempre havia uma coisa mais legal lá na frente.

Até eu encontrar o BDSM.

E nunca mais sair.

Mas vim contar a história do H. Que também parece muito com  outras tantas.  Mas tenho que confessar: H está se fortalecendo, criando coragem, confiando. Tenho visto ele crescer durante todos esses anos. E principalmente está conquistando alguma privacidade para entregas mais profundas.

Penso que é uma coisa que as pessoas precisam fazer por si mesmas: conquistar o direito a alguma privacidade.

Mas então sobre H… Um nerd que me adora!

Na verdade eu tenho preferência mesmo pelos nerds, rs. São inteligentes e você consegue criar um bom contexto para as cenas. Pra mim é vital que tenha um contexto. Não bato por bater. Eu estou ali no D, de Disciplina. Meu melhor parceiro portanto não é um masoquista. Gosto do sofrimento psicológico que imponho a meus escravos.

Ai tem o nerd. Vou chamá-lo de H. Acho nobre chamar alguém de H. É tão másculo, rs. Mas também já rodei quase todo o alfabeto. Ficaram poucas letrinhas para os anônimos.

Pois bem. O nobre H é um cara muito interessante fisicamente. Isso ele crê. Eu não o conheço o pessoalmente mas nos relacionamentos virtualmente há muitos anos. Ele paga pelas sessões. Hoje bem menos mas eu deixo como está porque acho importante que continue pagando. Ele tem que saber que não é no impulso dele. Não é ele que está no comando. Tem que negociar comigo.

Ele é muito medroso.  Muito. Agora está se soltando mais e então,  dia desses negociamos “castidade”.  Imagine isso para um cara jovem que está com o tesão já à flor da pele…   Dai combinamos tudo direitinho como seria.

E foi muito intenso. Foram alguns poucos dias mas ele foi ao inferno na Terra, rs.  E inferno mesmo porque ele estava quente. Pense, rs. Subindo pelas paredes. Não por causa de ter que ficar casto porque também até onde sei , não é um comedor desenfreado, mas pela aventura da castidade. Ficou enlouquecido pela ideia de ter dado o controle da própria sexualidade para outra pessoa.

É uma experiência impressionante. E ele levou a sério. Fez tudo direitinho. Dai foi pirando. E eu pirando junto, rs.  Ó, obediência me pira. Quando eu sinto que a pessoa está mesmo disposta a mergulhar fundo, eu mergulho também. E sempre é bom. Muito bom.

Eu sei que hoje eu tenho meu próprio escafandro e sei lidar com as ondas como poucos. Sei que sou privilegiada por ter podido viver tanta coisa, por tantos mergulhos.

Em tudo eu mergulho.

Hoje estou protegida. As ondas não me assustam há muitos anos.
A mente cada vez mais distante daquele tamanho inicial.
Então eu posso arriscar mergulhos bem profundos. Porque eu sei volta à tona.

E é isso que estive mostrando para H. Que a gente precisa voltar à tona, voltar à vida.
A vida mesmo.  O cotidiano,  nossos objetivos pessoais, nossos relacionamentos.

Então ele foi muito fundo. Ele realmente se entregou. Há um clímax no momento crucial desses mergulhos. Um subspace psicológico.

E não queria mais voltar à tona. Mas é preciso pensar que esses picos acontecem uma vez só. Depois tudo se acalma.  E então não pode perseguir pra sempre esse instante. Precisa acalmar. Voltar à tona. E aí sim, outra sessão. Outra jornada.

Deu-me poder sobre seu pênis. Não faço questão do uso de cinto de castidade. Basta um cordão enrolado e amarrado no pênis.  Só precise que se lembre que tem um impedimento. Que tem uma barbante ali. Que ali sou eu no comando da sua sexualidade.

Adoro esse jogo. É muito excitante.

Então ele pode sair, viver sua vida. Mas precisa lembrar a todo o tempo do meu domínio. Ele já é muito fiel. Tem suas histórias no universo baunilha mas sempre volta pra mim nessa angustia de todos eles pela Dona.

Foi intenso pra mim também. Mas precisamos todos voltar à tona. Sempre.

Ele já queria 20 dias, 30 dias mas é impossível porque tem alguém na vida dele. E, bem, o masoquista da história é ele. E não a menina.

Podemos sim brincar eventualmente. Uma rapidinha BDSM, rs.

Mas não um tempo que magoe pessoas alheias a nossa história ou prejudique minimamente a vida pessoal do submisso.

Foi divertido fazer dele marionete. Mandando comandos. Humilhando.

Porque é humilhante saber que precisam disso. Que precisam da Dona.
Que essas viagens são imprescindíveis, vitais para se sentirem plenos e em paz.

Há tempos H não conseguia me envolver ao ponto de desejar uma sessão com ele, nem pagando. Então ele faria qualquer coisa para me ligar a ele novamente. E acho que conseguiu.

Porque esse poder que tenho sobre ele é muito muito muito excitante. É por ai que passa o prazer de quem domina. É ver quebrar todo dia as defesas e ver se tornar sempre mais obediente e  H volta cada vez mais submisso. Eles são assim, sentem falta da Dona. Sempre voltam.

Precisei tranquilizá-lo sobre que poderia interromper a cena a qualquer momento, que eu não fecharia a porta pra ele. Que estaria aqui sempre. E que seguiríamos como tem sido até hoje. Em pequenas jornadas. Sessões de 3, 4 dias. E todo mundo voltando pra casa depois. Em paz.