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Eu não gosto muito da expressão “Inversão de papéis”. Porque, no meu caso, na minha prática, existem apenas os papéis de Dominante e dominado. Pela lógica, se invertemos os papéis é porque houve uma troca. Então ou, ele vai experimentar agora alguma coisa que eu já experimentei, ou, eu vou me masculinizar. Dai eu sou o homem, o comedor, e ele é a mulher, a fo-di-da. E ele concede virar-se do avesso.

Penso tudo isso sempre que alguém me fala em inversão de papéis. E penso também no famigerado 69… Aquela coisa que te obriga a assumir uma posição de igualdade na cama. Um pacto: “Eu lambo aqui e voce lambe ali. Eu te como e voce me come”

Não!

Posso fazer o homem. Tenho uns personagens masculinos dentro de mim que eu adoro. Mas não aceito nenhuma troca. Não aceito me “inverter”. Aceito, sim, me divertir escolhendo um novo brinquedo.

Eu gosto de penetrar meus escravos e pensar que são meus homens e eu faço com eles o que desejar. O que sinto é poder. E eu gosto dessa sensação. Porque eu posso bater, posso marcar, posso usar. E posso penetrar também. E posso fazer o homem. E posso ser mulher. E posso ser um cão ou uma cadela, se eu desejar.

Não há nenhum valor a ser invertido na minha cabeça.

Há vontade.

E isto a mim me basta.

E basta ao meu escravo também.

Ele gosta da dor dessa doação. Ele gosta de ser forçado e de ceder.

Alguns associam também o prazer físico. E daí pra eles é muito bom.
Porque anal é muito bom pra quem gosta.

Eu não faço. Eu não gosto.

Mas se ele tem prazer, bom pra ele. Eles podem ceder numa boa também. Eu não ligo se precisar negociar, se sentem medo vou mais devagar.

Enfim…

Com jeito, a gente pedindo, acabam cedendo.

Eles sempre cedem.